Meu nome é Lucas, tenho 31 anos de idade e moro no
Centro-Oeste do Brasil. Decidi escrever esse blog por duas razões: (i) ajudar,
como fonte de informação, aqueles que têm ou tiveram uma lesão no nervo fibular
e (ii) tornar público o meu caso com vistas a dar conhecimento dele para uma
outra parte da sociedade eventualmente interessada. O blog e o texto abaixo estão estruturados de forma a tentar
melhorar a leitura e a compreensão do conteúdo. Em função do que vi e li ao
longo do meu tratamento (ainda me encontro em fase de tratamento), antes de
entrar no conteúdo sobre a lesão, penso ser importante frisar dois pontos que
devem ser considerados premissas para entender o texto:
(a) O que eu relato abaixo trata-se apenas do meu caso e da minha experiência/opinião. As lesões de nervos periféricos são errantes, obscuras, podendo variar muito o modo como a lesão e a recuperação se dão. O tipo e a extensão da lesão por exemplo (se é neuropraxia, axonotmese ou neurotmese; se por trauma externo, se por compressão, se por intoxicação, se por arma de fogo ou objeto cortante, se por diabetes, se por perca rápida de peso, entre outras) são determinantes para o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico. No meu caso, ocorreu uma lesão do nervo fibular direito (perna direita) em função de um trauma externo (hiperextensão da perna jogando futebol, resultando em um mecanismo de estiramento do nervo, lesão incompleta, axonotmese). É importante que você saiba porque seu nervo está lesionado.
(b) Eu sou ignorante na área médica, portanto, eu não tenho como dizer se o que aconteceu comigo aplica-se a outros casos. De qualquer forma, procure seu médico para tirar dúvidas que eventualmente possa ter em função do que você vai ler aqui. Penso até ser pertinente que o seu médico conheça esse blog.
(a) O que eu relato abaixo trata-se apenas do meu caso e da minha experiência/opinião. As lesões de nervos periféricos são errantes, obscuras, podendo variar muito o modo como a lesão e a recuperação se dão. O tipo e a extensão da lesão por exemplo (se é neuropraxia, axonotmese ou neurotmese; se por trauma externo, se por compressão, se por intoxicação, se por arma de fogo ou objeto cortante, se por diabetes, se por perca rápida de peso, entre outras) são determinantes para o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico. No meu caso, ocorreu uma lesão do nervo fibular direito (perna direita) em função de um trauma externo (hiperextensão da perna jogando futebol, resultando em um mecanismo de estiramento do nervo, lesão incompleta, axonotmese). É importante que você saiba porque seu nervo está lesionado.
(b) Eu sou ignorante na área médica, portanto, eu não tenho como dizer se o que aconteceu comigo aplica-se a outros casos. De qualquer forma, procure seu médico para tirar dúvidas que eventualmente possa ter em função do que você vai ler aqui. Penso até ser pertinente que o seu médico conheça esse blog.
Aqui você encontrará informações do tipo:
- Detalhes sobre a minha lesão em si
- Quais médicos me atenderam e o que eles recomendaram como conduta/tratamento
- Os resultados dos exames que fiz
- Qual medicação tomei
- Como eu fiz meu tratamento
- Tipos de órteses recomendadas para a lesão
- Como foi minha recuperação e qual é o prognóstico
- Referências para leitura sobre o tema
A lesão e os seus
sintomas
Minha lesão foi no nervo fibular direito (perna direita) e do
tipo traumática, ou seja, resultou de um trauma externo que meu nervo recebeu.
São diversos os tipos de lesão que esse nervo pode sofrer (recomendo leitura
indicada ao final do blog). Até mesmo outros problemas de saúde que não uma lesão traumática em si também podem afetar os nervos do corpo, como diabetes, intoxicação, compressão do nervo por inflamações em estruturas adjacentes, perda rápida de peso (resultando no desmoronamento e compressão das estruturas ortopédicas que protegem o nervo), problemas no cérebro ou na coluna, entre outros. Por isso, se você possui algum déficit do nervo sem ter nenhuma razão aparente, como uma lesão traumática externa, também é preciso investigar se isso pode estar associado a algum outro problema de saúde ou não.
No dia 18/01/2014, eu estava jogando futebol quando caí de mal jeito, para trás, com o pé preso ao chão e minha perna direita totalmente estendida (hiperextensão, resultando em um mecanismo de estiramento do nervo). Eu senti dor na hora e, quando olhei, meu pé estava virado para fora. Após uns 2 minutos, ele começou a retornar para o lugar correto e eu comecei a sentir dor no joelho e no dorso do pé. Após uns 10 minutos, eu comecei a perder a sensibilidade no dorso do pé e a não conseguir mais levantá-lo (dorsiflexão) ou virá-lo para fora (eversão). Os movimentos para dentro (inversão) e para baixo (flexão) se mantiveram, mesmo que mais fracos. Meu pé ficou assim por aproximadamente 9/10 meses. O principal sintoma da lesão no nervo fibular é o pé caído. O pé simplesmente não responde ao comando de subir e fica caído. Outro sintoma importante é a perda de sensibilidade. No meu caso, perdi toda a sensibilidade do dorso do pé (peito do pé) e em uma pequena parte de baixo da canela, chegando no pé. Eu também senti muita dor (em forma queimação, pontada, agulhada que vinham e passavam) no pé e na canela durante aproximadamente 5 a 7 meses. As vezes eu acordava a noite em função da dor. Até hoje, como ainda não me recuperei totalmente, sinto algumas dores, mas muito sutis e esporádicas. Quando ficava muito tempo sentado ou caminhava muito, eu também sentia muita dor na parte de trás da coxa e no glúteo direito, na altura do nervo ciático. Outro sintoma que tive foi o pé inchado durante aproximadamente 6 meses. Enquanto meu pé não começou a recuperar os movimentos, ele ficava inchado sempre que eu andava muito, ficava em pé ou até mesmo em repouso.
Olhando a anatomia do nervo nas imagens abaixo (amplie para ver melhor), fica fácil de entender porque o pé e os músculos da perna são os mais afetados quando o nervo fibular está lesionado. Veja nos destaques em vermelho todos os pontos e músculos inervados pelo nervo fibular e suas ramificações (retirado de: Marciniak, C. (2013). Fibular (Peroneal) Neuropathy Electrodiagnostic Features and Clinical Correlates. Phys Med Rehabil Clin N Am, 24, 121–137. Ilustração: Netter illustration from www.netterimages.com. (c) Elsevier Inc. All rights reserved).
Esse nervo sai do ciático (por isso uma lesão no ciático ou na coluna também podem afetar o pé), aonde é chamado de nervo fibular comum, e depois, na altura do joelho, um pouco abaixo da fíbula, se divide em dois: nervo fibular profundo e nervo fibular superficial. Esses dois ramos dão origem a vários outros pequenos ramos que são responsáveis por inervar todos os músculos da frente da perna, nas regiões da canela (tíbial e fibular) e dos pés (chamados extensores dos dedos). É importante saber essa anatomia do nervo porque, dependendo do local aonde ele está lesionado, os sintomas, o diagnóstico, o tratamento e a recuperação podem variar. Se a lesão foi no nervo fibular comum, mais perto do ciático, espera-se que todos os músculos e funções da perna e do pé que esse nervo é encarregado tenham sido afetados; por outro lado, se a lesão é apenas em um dos ramos do nervo fibular (superficial ou profundo), mais abaixo do joelho, espera-se que apenas uma parte dos músculos inervados (portanto das funções) por cada um dos ramos tenha sido afetada. Para se ter uma ideia, os médicos suspeitam que meu nervo tenha sido lesionado na altura do final da coxa, logo depois que ele sai do nervo ciático, portanto, no nervo fibular comum, acima do joelho, e não na altura da fíbula (joelho), como acontece com a grande maioria dos casos de lesão traumática. Isso foi determinante para entender o meu tempo de recuperação, fazer meu tratamento (principalmente acupuntura, fisioterapia e exercícios em academia) e também para planejar uma possível cirurgia (pois os médicos precisam saber aonde abrir em função do local aonde está a lesão. Eu acabei nem precisando operar, conforme está explicado mais adiante). O local da lesão pode ser diagnosticado com eletroneuromiografia mas, principalmente e aparentemente mais confiável para isso, por diagnóstico de imagem, como a ressonância magnética, por exemplo.
No dia 18/01/2014, eu estava jogando futebol quando caí de mal jeito, para trás, com o pé preso ao chão e minha perna direita totalmente estendida (hiperextensão, resultando em um mecanismo de estiramento do nervo). Eu senti dor na hora e, quando olhei, meu pé estava virado para fora. Após uns 2 minutos, ele começou a retornar para o lugar correto e eu comecei a sentir dor no joelho e no dorso do pé. Após uns 10 minutos, eu comecei a perder a sensibilidade no dorso do pé e a não conseguir mais levantá-lo (dorsiflexão) ou virá-lo para fora (eversão). Os movimentos para dentro (inversão) e para baixo (flexão) se mantiveram, mesmo que mais fracos. Meu pé ficou assim por aproximadamente 9/10 meses. O principal sintoma da lesão no nervo fibular é o pé caído. O pé simplesmente não responde ao comando de subir e fica caído. Outro sintoma importante é a perda de sensibilidade. No meu caso, perdi toda a sensibilidade do dorso do pé (peito do pé) e em uma pequena parte de baixo da canela, chegando no pé. Eu também senti muita dor (em forma queimação, pontada, agulhada que vinham e passavam) no pé e na canela durante aproximadamente 5 a 7 meses. As vezes eu acordava a noite em função da dor. Até hoje, como ainda não me recuperei totalmente, sinto algumas dores, mas muito sutis e esporádicas. Quando ficava muito tempo sentado ou caminhava muito, eu também sentia muita dor na parte de trás da coxa e no glúteo direito, na altura do nervo ciático. Outro sintoma que tive foi o pé inchado durante aproximadamente 6 meses. Enquanto meu pé não começou a recuperar os movimentos, ele ficava inchado sempre que eu andava muito, ficava em pé ou até mesmo em repouso.
Olhando a anatomia do nervo nas imagens abaixo (amplie para ver melhor), fica fácil de entender porque o pé e os músculos da perna são os mais afetados quando o nervo fibular está lesionado. Veja nos destaques em vermelho todos os pontos e músculos inervados pelo nervo fibular e suas ramificações (retirado de: Marciniak, C. (2013). Fibular (Peroneal) Neuropathy Electrodiagnostic Features and Clinical Correlates. Phys Med Rehabil Clin N Am, 24, 121–137. Ilustração: Netter illustration from www.netterimages.com. (c) Elsevier Inc. All rights reserved).
Esse nervo sai do ciático (por isso uma lesão no ciático ou na coluna também podem afetar o pé), aonde é chamado de nervo fibular comum, e depois, na altura do joelho, um pouco abaixo da fíbula, se divide em dois: nervo fibular profundo e nervo fibular superficial. Esses dois ramos dão origem a vários outros pequenos ramos que são responsáveis por inervar todos os músculos da frente da perna, nas regiões da canela (tíbial e fibular) e dos pés (chamados extensores dos dedos). É importante saber essa anatomia do nervo porque, dependendo do local aonde ele está lesionado, os sintomas, o diagnóstico, o tratamento e a recuperação podem variar. Se a lesão foi no nervo fibular comum, mais perto do ciático, espera-se que todos os músculos e funções da perna e do pé que esse nervo é encarregado tenham sido afetados; por outro lado, se a lesão é apenas em um dos ramos do nervo fibular (superficial ou profundo), mais abaixo do joelho, espera-se que apenas uma parte dos músculos inervados (portanto das funções) por cada um dos ramos tenha sido afetada. Para se ter uma ideia, os médicos suspeitam que meu nervo tenha sido lesionado na altura do final da coxa, logo depois que ele sai do nervo ciático, portanto, no nervo fibular comum, acima do joelho, e não na altura da fíbula (joelho), como acontece com a grande maioria dos casos de lesão traumática. Isso foi determinante para entender o meu tempo de recuperação, fazer meu tratamento (principalmente acupuntura, fisioterapia e exercícios em academia) e também para planejar uma possível cirurgia (pois os médicos precisam saber aonde abrir em função do local aonde está a lesão. Eu acabei nem precisando operar, conforme está explicado mais adiante). O local da lesão pode ser diagnosticado com eletroneuromiografia mas, principalmente e aparentemente mais confiável para isso, por diagnóstico de imagem, como a ressonância magnética, por exemplo.
As lesões dos nervos periféricos são classificadas em três
níveis ou tipos, pelo menos:
Neuropraxia: é a mais simples, sem comprometimento da parte interna do nervo. Nesse caso, apenas o revestimento externo do nervo, feito em grande parte de gordura, é afetado, sem comprometimento de neurônios, que ficam dentro do revestimento. Na grande maioria dos casos há recuperação espontânea e satisfatória entre 3 meses e 1 ano.
Axonotmese: segundo nível, uma lesão já considerada grave, com comprometimento parcial da parte interna do nervo, com recuperação espontânea incerta e nem sempre satisfatória. Aqui, além do comprometimento da parte externa, há lesão axonal parcial da parte interna do nervo, ou seja, os axônios responsáveis por transmitir os sinais elétricos vindos do cérebro para os músculos já foram afetados e não cumprem sua função corretamente. A partir daqui já considera-se a possibilidade de abordagem cirúrgica caso não haja recuperação em até 1 ano.
Neurotmese: terceiro nível, gravíssima, pois implica no rompimento completo do nervo. É uma secção total do nervo, algumas vezes até mesmo separando ele em duas partes. Aqui não há recuperação espontânea e a única possibilidade de recuperação é a cirurgia, que nem sempre dá resultados satisfatórios. Há diversos tipos de intervenção cirúrgica, inclusive uma que não aborda o nervo, mas um tendão do pé. Recomendo leitura indicada ao final do texto.
Eu ouvi dos médicos que minha lesão poderia ser uma
neurotmese ou axonotmese, ou seja, grave e com recuperação espontânea
improvável. Todavia, eu não precisei operar, me recuperei espontaneamente e atualmente
estou com 90% das funções do pé recuperadas (nível 4/5), caminhando e correndo
levemente normalmente, com perspectiva de melhora total dentro de até 2 anos. Apesar
da função estar 90% reestabelecida, em eletroneuromiografia que realizei há
duas semanas, a capacidade de condução (recrutamento) do meu nervo está em
torno de 20% a 30%. A sensibilidade do peito do pé ainda recuperou uns 70% até
hoje, mas também está melhorando pouco a pouco. Atualmente, após todos os
exames realizados, os médicos estimam que, de fato, eu devo ter tido uma lesão
do tipo axonotmese na altura do final da coxa.
Atendimentos e condutas
médicas
Nós possuímos dois sistemas nervosos: o central e o
periférico. O central é constituído pelo cérebro e pela coluna vertebral. O
periférico é constituído por todos os nervos do corpo que saem da coluna
vertebral e vão para a cabeça e pescoço, braços, dedos e tronco, coxas,
pernas, pé e dedos dos pés. É importante dizer isso porque, como o nervo fibular faz parte do sistema nervoso periférico, o ideal é que você
seja acompanhado por um neurologista, de preferência um neurocirurgião especialista em nervos periféricos (sistema nervoso
periférico). Neurologistas ou neurocirurgiões especialistas no sistema
nervoso central, ou até mesmo ortopedistas, nem sempre terão a experiência e o
conhecimento necessários para tratar de uma lesão no nervo fibular. No total,
eu consultei com 9 médicos, entre ortopedistas e neurologistas especialistas em
sistema nervoso central e periférico.
Após 2 a 3 horas da lesão eu fui para o hospital. Fui
atendido na emergência ortopédica e realizei uma ressonância magnética do
joelho direito. No momento, o médico me disse que eu tinha um edema no joelho e
uma suspeita de pequena fratura/fissura na cabeça da fíbula (joelho), que é
exatamente aonde o nervo fibular passa. Fora isso, não rompi nenhum tendão ou
ligamento. Os exames de imagem nem sempre pegam o nervo. Diagnósticos de imagem
de nervos são técnicas relativamente recentes no Brasil (últimos 15 a 20 anos)
e nem todo médico ou radiologista sabe que é possível fazer o diagnóstico do
nervo por meio de imagem. Portanto, essa primeira ressonância magnética, focada
apenas no joelho, não pegou o meu nervo e o médico que me atendeu na emergência
nada pôde dizer, a não ser que eu deveria ter tido alguma lesão no nervo (ele
desconfiou de neuropraxia) e que eu deveria esperar até 3 meses para
diagnosticar e então saber o que era. No próprio hospital eles me deram
remédios na veia (vitamina B e remédio para dor). O médico me receitou Etna
(vitamina B, que ajuda na transmissão dos impulsos nervosos pelo nervo) e
Ultracet (remédio para dor). Ali mesmo no hospital eu imobilizei toda a perna
direita, saí de muleta e fui pra casa. Eu fiquei consultando apenas com esse
ortopedista durante 3 semanas.
Na terceira semana de lesão, resolvi consultar com meu
ortopedista particular. Ele tirou um raio-x do meu joelho e disse que já não
tinha mais sinal de fratura ou fissura na cabeça da fíbula, mas me disse que
essa lesão no nervo poderia ser muito séria e me recomendou buscar um
neurocirurgião periférico.
Na primeira consulta que tive com esse neurocirurgião, um mês
após a lesão, ouvindo meu relato e fazendo exame clínico, ele suspeitou de
neuropraxia, me receitou uma eletroneuromiografia e recomendou que eu tomasse
um remédio chamado Gabapentina (remédio especializado para dor neuropática).
Nesse momento, eu também decidi consultar com um ortopedista referência no
Brasil e especialista em joelho, que acabou me indicando um radiologista que
detinha conhecimento em diagnóstico de nervos periféricos por meio de imagem, e
eu fiz uma segunda ressonância magnética, dessa vez específica para olhar o
nervo. Após 45 dias de lesão eu realizei essa primeira eletroneuromiografia também
e retornei ao médico neuro com quase 2 meses de lesão. O resultado dessa
primeira eletroneuromiografia foi “lesão axonal grave sem sinais de
reinervação” (ver resultados dos exames abaixo), e ele me disse duas coisas:
(i) vamos repetir esse exame daqui 3 meses e (ii) caso não haja melhora, vamos
considerar fazer uma cirurgia no seu nervo. Assim foi feito. Com quase 4 meses
de lesão, eu repeti a eletro e o resultado foi novamente “lesão axonal grave,
com sinais de reinervação restritos ao fibular longo”. Nessa altura, já com 4 a
5 meses após a lesão, eu já havia recuperado apenas o movimento de eversão (mover
o pé para fora), mas muito timidamente, e a sensibilidade no dorso do pé tinha
melhorado um pouco, apenas nas pontas dos dedos (menos do dedão) e nada mais. Então,
já com 4 a 5 meses de lesão e sem nenhum sinal de movimento do pé ir para cima,
e sem sensibilidade em quase todo o dorso do pé, eu retornei ao médico e ele
foi categórico em dizer que eu deveria operar, que esse seria o único modo do
meu pé ter uma perspectiva de melhora. Ele disse que eu deveria ter uma lesão
no nervo fibular profundo, que abriria minha perna na altura da batata e que só
saberia qual técnica cirúrgica utilizar (neurorafia ou enxerto, ou até mesmo
nada fazer no nervo em si) após abrir a perna, realizar uma
eletroneuromiografia interna e ver o nervo. Nesse momento, até mesmo pelos fatos
de: (i) esse neurocirurgião ter se recusado a olhar os resultados da segunda
ressonância magnética que o ortopedista tinha recomendado (o resultado desse
exame mostrou que o nervo estava inchado do joelho pra cima), (ii) ter me
cobrado 15 mil reais para fazer uma cirurgia que meu plano de saúde cobre
integralmente e (iii) esse neurocirurgião ter recomendado que eu não buscasse
nenhuma opinião diferente da dele, que era ele que entendia do meu problema, eu
decidi buscar outras opiniões para ter mais segurança se, de fato, a cirurgia
seria o melhor caminho. Eu achei essa postura do médico bastante inadequada,
por isso abandonei as consultas com ele.
Levantei os nomes e consultei com outros 5 neurologistas,
sendo 3 especialistas em sistema nervoso central e 2 especialistas em sistema
nervoso periférico (que é a especialidade recomendada para o caso). Já com 5 a
6 meses de lesão, todos os 3 especialistas em sistema nervoso central foram
cautelosos em dizer que seria necessário operar, recomendando ouvir a opinião
de um especialista e dizendo que seria recomendável aguardar mais um pouco
antes de decidir pela cirurgia.
Na consulta com o segundo neurocirurgião especialista, já com
6 a 7 meses de lesão, ele suspeitou de uma lesão mais grave mesmo (axonotmese),
mas recomendou que antes de decidir pela cirurgia seria melhor fazer uma
terceira ressonância magnética, a segunda especializada para ver o nervo. Assim
eu fiz, e a ressonância acusou que o nervo continuava inchado, sem sinais de
rompimento, na altura da coxa, acima do joelho, com um sinal de leve melhora em
relação à ressonância anterior. Aqui vale uma ressalva: o primeiro neuro que me
atendeu disse que meu nervo estava lesionado na altura da batata e queria me
operar; essa segunda ressonância sugeria que meu nervo estava lesionado um
pouco abaixo do meio da coxa e ele teve mais cautela de falar em cirurgia. Isso
mostra como os diagnósticos e prognósticos, dependendo do médico e da
interpretação dos exames, podem ser diferentes. Continuando: mesmo assim, eu
ainda não tinha recuperado nada do movimento do meu pé ir para cima nem da
sensibilidade, apenas o movimento para fora e muito fraco. Já então quase no
oitavo mês sem melhora na função do meu pé, esse segundo neuro também
recomendou cirurgia. O terceiro neurocirurgião especialista ratificou a opinião
do segundo, foi quando eu decidi então entrar com o pedido da cirurgia no meu
plano de saúde.
Todavia, após esperar por 3 semanas a resposta do meu plano
de saúde, já com 9 meses da lesão, obtive a resposta de que não seria possível
fazer a cirurgia no hospital que eu havia solicitado, pois o mesmo tinha sido
descredenciado da rede do plano. Por incrível que pareça, no dia seguinte, meu
pé apresentou o primeiro sinal de melhora de função: ele começou a levantar
timidamente. Então eu retornei ao segundo neurocirurgião e ele me disse que meu
pé tinha começado a recuperar e que não seria mais necessária a cirurgia.
Atualmente me encontro com o pé 80% recuperado (nível 4/5), podendo ter uma vida normal,
apenas sem praticar esportes que exijam correr muito. Por fim, sobre o
atendimento médico, eu gostaria de frisar duas coisas: (i) a interpretação dos
exames, os diagnósticos e prognósticos, e as condutas médicas podem mudar muito
dependendo do médico que te atende e (ii) a lesão de nervos periféricos, em
especial de nervo fibular, é uma doença séria e obscura, que causa uma
limitação severa nos movimentos, que não se tem muita certeza sobre o que vai
acontecer, o que causa muito sofrimento e angústia por parte de quem está
vivenciando o problema, demandando muita paciência para esperar o tempo passar
e cautela sobre decidir operar ou não.
Caso deseje buscar ajuda médica, vá a um neurocirurgião ou
neurologista especialista em nervos periféricos (sistema nervoso periférico).
Em Brasília (DF), recomendo o Dr. Oswaldo Marquez (061 – 3346-0023) e em São
Paulo (SP) recomendo o Dr. Mário Siqueira (011 - 4314-8585 / 4314-8586). Para
radiologia, para fazer diagnóstico de imagem por ressonância magnética,
recomendo o Dr. Michel Crema, em Brasília (DF). Ele me atendeu no hospital HOME.
A rede Sarah de hospitais também é uma ótima opção, pois eles
são muito competentes no assunto e o tratamento é totalmente gratuito. Porém,
eles só selecionam quem eles desejam e você precisa fazer um cadastro para que,
após análise, eles possam te selecionar para tratamento ou não. É um processo
demorado. Eu fiz o cadastro na rede Sarah por volta de março ou abril de 2014 e
só fui receber resposta de que eles haviam me aceitado para tratamento por
volta de agosto ou setembro do mesmo ano. Atualmente (fevereiro/2015) eu me
encontro em tratamento no Sarah e realmente eles são muito competentes para
tratar de casos de lesão no nervo fibular. Desde setembro do ano passado (2014)
eu já realizei duas consultas, uma eletroneuro, uma ressonância, um exame
cinemático (de movimentos), eles produziram uma órtese especialmente para mim.
Tudo de graça e com uma equipe multidisciplinar muito qualificada. Caso tenha a
rede Sarah na sua cidade ou estado, vale a pena tentar (http://www.sarah.br/consultas/).
Resultados dos exames
Até hoje (fevereiro/2015) eu realizei 7 exames do nervo: 3
eletroneuromiografias e 4 ressonâncias magnéticas. Os resultados de 5 deles
indicaram uma lesão grave no nervo, sem sinais de recuperação, sendo que apenas
a terceira eletro (de janeiro/2015) e a quarta ressonância (janeiro/2015) indicaram
uma lesão mediana, com sinais de recuperação. Veja abaixo o laudo de todos os
exames em ordem cronológica.
* Primeira Ressonância Magnética do Joelho (18/01/2014, dia
da lesão)
* Primeira Eletroneuromiografia do Nervo (25/02/2014, 37 dias
após a lesão)
* Segunda Ressonância Magnética do Nervo (17/03/2014, 57 dias
após a lesão)
* Segunda Eletroneuromiografia do Nervo (09/05/2014, 110 dias
após a lesão)
* Terceira Ressonância Magnética do Nervo (10/06/2014, 142 dias após a lesão)
* Terceira Eletroneuromiografia do Nervo (26/01/2015, 373
dias após a lesão)
* Quarta Ressonância Magnética do Nervo (27/01/2015, 374 dias após a lesão)
Medicação
Um dos grandes problemas da lesão do nervo fibular (e de
todos os nervos periféricos) é que não existe remédio para tratar diretamente o
problema. Em uma lesão desse tipo, é preciso que o nervo regenere e como nos
casos de axonotmese e neurotmese foram comprometidas células nervosas
(neurônios), essa regeneração, quando acontece, é muito lenta e na maioria das
vezes não satisfatória. Não há medicação disponível para o grande público que
atue diretamente na regeneração do sistema neurológico como um todo. No caso de neuropraxia (a mais
simples), apenas a parte externa, o revestimento do nervo em si (feito em
grande parte de gordura), foi afetada, não havendo comprometimento axonal (dos
neurônios), portanto, a recuperação é quase sempre certa e satisfatória.
Durante os 9 meses que eu tomei medicação, tentei várias alternativas. O primeiro remédio que me foi receitado chama-se Etna. É um remédio praticamente todo feito de vitaminas do complexo B. A vitamina B é uma das substâncias que permite que os sinais elétricos do cérebro cheguem aos músculos dos membros e também façam o caminho inverso. Ela atua apenas na melhora da condução dos estímulos pelo nervo. Sua eficácia para o tratamento do meu caso (lesão traumática) foi contestada por alguns médicos que consultei. Como o nervo precisa regenerar e a vitamina B não atua na regeneração, mas sim na condução, alguns médicos até disseram que eu poderia parar de tomar, mas eu insisti em continuar tomando, já que outros diziam que ajuda. Esse remédio eu tomei durante uns 9 meses, todo dia (1 por dia).
Durante os 9 meses que eu tomei medicação, tentei várias alternativas. O primeiro remédio que me foi receitado chama-se Etna. É um remédio praticamente todo feito de vitaminas do complexo B. A vitamina B é uma das substâncias que permite que os sinais elétricos do cérebro cheguem aos músculos dos membros e também façam o caminho inverso. Ela atua apenas na melhora da condução dos estímulos pelo nervo. Sua eficácia para o tratamento do meu caso (lesão traumática) foi contestada por alguns médicos que consultei. Como o nervo precisa regenerar e a vitamina B não atua na regeneração, mas sim na condução, alguns médicos até disseram que eu poderia parar de tomar, mas eu insisti em continuar tomando, já que outros diziam que ajuda. Esse remédio eu tomei durante uns 9 meses, todo dia (1 por dia).
Para dor, me foram receitados dois remédios: Ultracet e
Gabapentina. O Ultracet é composto por altas doses de tramadol e paracetamol,
que são substâncias para alívio de dores ortopédicas (músculos, ossos,
articulações, ligamentos, tendões, etc), comuns em remédios similares como
Dorflex e antinflamatórios para dor. Como minha lesão era no nervo, não
adiantou muito no alívio dos tipos das dores que eu sentia. Já a Gabapentina é
um remédio especializado para a dor neuropática. Ela atua diretamente no
sistema nervoso, por isso, no meu caso, ajudou bastante a praticamente acabar
com a dor. Todavia, esse remédio, depois de alguns dias, me fez sentir muitas
dores de cabeça. Por isso, eu tomei esses remédios para dor apenas por uns 3
meses. Depois eu parei e resolvi aguentar a dor, até mesmo porque ela foi
diminuindo ao longo do tempo e depois de uns 7 meses eu praticamente já não
sentia mais incômodo quanto a isso.
Durante esse tempo eu também tentei alguns tratamentos alternativos.
Já com aproximadamente 6 meses de lesão, um dos neurologistas que consultei
recomendou que eu tomasse corticoide (antinflamatório forte). Segundo ele, o
ideal seria tomar o corticoide logo no dia da lesão, já que ele ajudaria a
diminuir bastante o edema interno do meu joelho e do nervo. De qualquer forma,
ele receitou e eu tomei, pois esse médico acreditava que poderia ajudar a
reduzir o inchaço do nervo que apareceu nas ressonâncias magnéticas. Tomei uma
dose leve de corticoide, durante uma semana, e os resultados foram praticamente
nulos. Eu tive uma leve diminuição no Sinal de Tinel (choque que se sente
quando se toca em uma região por onde o nervo passa. Quando há choque, é uma
indicação que o nervo está machucado), mas não creio que possa ter sido em
função do corticoide. Esse mesmo neurologista me receitou também um óleo
indiano chamado Mahanarayan. Trata-se de um óleo que você passa na pele, focado
em prover vitaminas para a região, em especial na região aonde acredita-se que
o nervo está lesionado. Eu passava o óleo e fazia uma compressa quente para
ajudar na absorção pela pele. Usei esse óleo por quase dois meses e também não
consegui observar evolução considerável do meu quadro.
De qualquer forma, acredito que todo tipo de tratamento seja
bem vindo, até mesmo porque quem se encontra com uma neuropatia desse tipo não
tem muita escolha. Mais uma vez eu ressalto: essa medicação foi indicada para o
meu caso e eu tive total acompanhamento médico para tomá-las. NÃO TOME OU USE NENHUM REMÉDIO SEM ANTES
CONSULTAR SEU MÉDICO.
Tratamento
Como eu disse, a lesão de nervos periféricos não tem remédio
ou tratamento específicos. Só o tempo dirá se haverá melhora ou não. O que se
faz é tentar diminuir a dor e não deixar os músculos atrofiarem para, quando e
caso o nervo recupere, ele encontre uma musculatura saudável para fazer os
movimentos novamente. Portanto, além do tratamento com remédios, é obrigatório
que a pessoa faça tratamento fisioterápico para que a musculatura desnervada
não atrofie e, ao mesmo tempo, fique mandando estímulos elétricos constantes
para o nervo, estimulando a contração muscular espontânea. Fora os remédios, o
primeiro tratamento que fiz foi com fisioterapia e exercícios de academia que
eu pudesse fazer.
Eu comecei a fazer fisioterapia e exercícios em academia 45
dias após a lesão. A fisioterapia (ortopédica) consiste basicamente em
estimulação elétrica (TENS e FES) dos músculos da perna (músculo tibial
anterior) e do pé (músculo extensor do halux, o dedão, e dos demais dedos) e
também em exercícios de dorsiflexão (levantar o pé) e alongamento do pé. Existem
até máquinas que você mesmo pode comprar para fazer a estimulação elétrica em
casa. Na fisioterapia eu também realizava exercícios para a estimular a
sensibilidade, como, por exemplo, passar uma bolinha de plástico e com ranhuras
em cima da região onde não estava sentindo (dorso do pé). Uma coisa importante:
por se tratar de uma lesão rara e grave, tive dificuldades em achar uma clínica
de fisioterapia que entendesse do meu caso.
Quando eu achei, fiquei por semanas praticamente estudando junto com o
fisioterapeuta o tratamento para o meu caso, para que eu e até ele mesmo tivéssemos
segurança mínima de que estavam sendo feitas as coisas certas.
Para os exercícios de academia, contratei um fisioterapeuta
esportivo especializado e com experiência no assunto (Marcelino Calvo), que me
receitou uma série de exercícios para fazer apenas com as pernas. Minha
primeira série de exercícios tinha: 10 minutos na bicicleta; 5 minutos de
ergometria (máquina que simula caminhada); 15 repetições de flexão plantar; 15
repetições de mesa extensora (no começo eu não tinha força para fazer esse
exercício); 15 repetições de coxa, 15 repetições de legpress; e 60 repetições
de um exercício de propriocepção (equilíbrio) na cama elástica. Todos esses
exercícios sempre com o peso e o ritmo mais leve possível. Até hoje, mesmo já
estando uns 80% recuperado, eu continuo fazendo academia e fisioterapia.
Com dois meses e meio de lesão, além dos exercícios e
fisioterapia, eu fui fazer acupuntura. Meu acupunturista (Dr. Henrique, 061 –
3274-4030) entendia sobre a lesão e conseguiu me fornecer um tratamento
bastante positivo. As agulhas eram inseridas (acupontos) quase todas na região
da perna e da coxa direita, na frente e atrás, em canais tendíneo-musculares,
na coxa, na fíbula, no tibial anterior, no dorso do pé e no dedão. Ele também
usava estímulos elétricos nas agulhas (eletroacupuntura) e, depois de retirar
as agulhas, usava uma outra estimulação elétrica com uma máquina chamada Hai
Hua. Com a acupuntura, percebi não apenas que as partes muscular e sensorial
responderam melhor ao tratamento, mas também foi uma oportunidade para me
acalmar diante da situação. Recomendo.
Junto com tudo isso, já com aproximadamente 5 meses de lesão,
eu fui fazer uma fisioterapia especial para a parte neurológica, chamada
mobilização neural. O objetivo dessa terapia é estimular diretamente o nervo
com movimentos do corpo, ajudando a diminuir o inchaço do nervo e melhorando a
condução dos estímulos. Também consegui notar melhora no meu quadro depois do
tratamento. Recomendo. O fisioterapeuta que me atendeu chama-se Arthur Massahiro
Ando. O Arthur e o Marcelino são sócios e trabalham juntos. Todo esse meu tratamento, com esses profissionais, foi realizado na cidade de Brasília (DF).
Como parte do tratamento, eu também fiz uso de uma fita
esportiva chamada Kinesio Tape Sport. Tem sido muito utilizada por esportistas.
Eu grudava ela passando por cima de todo o músculo tibial anterior (canela)
indo até perto do dedão, passando pelo dorso do pé. É basicamente uma fita de
pano (colorida ou branca) que você gruda na pele, sendo que a tensão que ela
faz na pele ajuda a forçar o pé para cima ao mesmo tempo em que ela fica estimulando
a musculatura por onde passa. Ela é bem resistente a água e suor e você pode ficar
alguns dias usando a mesma (3 a 7 dias). Não é uma fita que você pode colocar
de primeira, é preciso uma certa técnica para saber colocar corretamente, mas
você pode pedir para o seu fisioterapeuta te ensinar a colocar para que você
mesmo possa fazer em casa.
Órteses
Como parte do tratamento, quem tem lesão no nervo fibular
precisa utilizar uma órtese para corrigir o pé caído. Enquanto pé estiver
caindo, é necessário o uso da órtese, pois, caso contrário, você manca muito
para caminhar. Também só é possível/recomendado usar alguns tipos de calçado, pois, pela ausência
de movimento, fica muito difícil comandar o pé para calçar, em especial aqueles
tênis de cano alto. Eu usei várias órteses, sendo que a que eu mais gostei foi
essa:
Ela é bem confortável, é amarrada no cadarço do tênis ou sapato e depois amarrada no seu tornozelo. Isso faz com que o pé fique reto. Ele não levanta, mas também não cai. Melhora muito a caminhada e eu pude inclusive voltar a dirigir melhor com ela. Apesar de você ainda mancar um pouco, essa órtese é muito boa porque também permite que você utilize um sapato ou tênis mais confortável, sendo muito mais apropriada do ponto de vista social também. Infelizmente essa não foi a primeira órtese que eu descobri. Quem me receitou foi um neurologista. A única coisa ruim dela é que você só pode usar se estiver com algum calçado, não dá para ficar descalço com ela, mas ainda assim já é uma mão na roda na hora de sair de casa. Tem que tomar muito cuidado apenas para não torcer o pé, pois você consegue andar, mas seu pé ainda está mole, podendo torcer. Para quem quiser comprar, segue uma foto inclusive com o código do produto na farmácia Unicom:
A primeira órtese que me receitaram (ortopedista) foi um
robofoot:
Além de cara, ela é muito desconfortável em função do peso e
de ser muito fechada. Causa cansaço caminhar muito com ela e quando a
temperatura está quente você passa calor. Além disso, é uma órtese que chama a
atenção das pessoas e isso pode ser incômodo para alguns. De qualquer forma, é
uma órtese possível de ser usada para tratar da lesão.
Graças ao Sarah eu também tive acesso a uma última órtese que foi feita sob medida para mim lá no hospital:
Ela é bastante interessante porque te permite caminhar melhor
estando descalço. Pelo menos para mim era difícil usar ela com algum calçado
porque apertava muito, eu preferia usar a primeira, de amarrar no cadarço. Mas
como ela é uma tornozeleira que tem uma haste rígida passando no peito do pé, é
muito boa para dar sustentação enquanto você está em casa descalço.
Existem outros modelos de órtese para o caso, mas essas foram
as que eu usei.
Evolução da recuperação
e prognóstico
A recuperação é muito lenta. Você deixa de movimentar e
sentir um membro do seu corpo e ele demora muito tempo para voltar a responder
minimamente, independentemente do tratamento. Em função disso, quem tem algum tipo de lesão neurológica sabe que
qualquer movimento, qualquer nova sensação, é considerado um avanço, pois como
o membro fica muito tempo parado e sem sensibilidade, qualquer pequena coisa
que acontece naquela região é muito facilmente percebida por quem está
machucado no nervo. Desde o primeiro dia da lesão até 7 meses depois, os
movimentos do meu pé permaneceram quase inalterados, ou seja, eu não tinha o
movimento de dorsiflexão do pé (levantar o pé) e não tinha sensibilidade em
praticamente todo o peito do pé, mesmo realizando todo o tratamento.
Em termos de recuperação, umas das primeiras coisas
diferentes que notei foi que meu pé começou a estralar, aproximadamente 4 meses
depois da lesão. Não sei se isso é significativo do ponto de vista da recuperação, mas depois de 4 meses esse foi o primeiro “sinal de vida” que ele
deu. Talvez em função de o nervo estar se recuperando e, portanto, o músculo
voltando a ter tônus (rigidez) para pressionar os ossos e cartilagens, uma vez
coloquei o pé no chão e eu senti ele estralando, como se eu estralasse o pé que
estava saudável. Depois disso, veio um tempo sem nenhuma outra resposta. Entre
5 e 6 meses, eu notei que fazia pequenos movimentos com o pé para fora
(eversão), mas eram praticamente imperceptíveis. Com 6 meses, esse movimento de
eversão ficou um pouco mais claro e eu conseguia puxar muito pouco os dedos
(menos o dedão) do pé para trás. Até então, eu continuava sem sensibilidade e
não conseguia levantar nada o pé. Depois de sete meses, a sensibilidade no
peito do pé melhorou claramente, mas apenas nos dedos e nada no dedão e no
dorso, e ainda sem movimento nenhum para cima. Até aqui, os médicos estavam
recomendando que eu operasse, pois achavam que não teria recuperação
espontânea. Exatamente no dia 02/08/2014, 7 meses após a lesão, meu pé deu o
primeiro esboço de subida (as fitas que aparecem no meu pé são a Kinesio Tape Sport):
Nesse momento meu pé conseguia subir um pouco, mas o nervo
ainda não estava tão recuperado a ponto de ele permitir que os músculos mantivessem
o pé em posição reta. Por isso, apesar desse pequeno movimento para cima
existir, meu pé continuou caído por mais dois meses e ainda não era possível
caminhar sem a órtese. A partir de
outubro/2014, 9 meses depois da lesão, finalmente o pé conseguia ficar reto,
parou de cair, mas também não ia muito pra cima. Já era o suficiente para
caminhar devagar e mancando um pouquinho. O movimento para cima estava pequeno
ainda, mas estava mais forte e mais claro.
Hoje em dia, pelo o que pude perceber, o indicador mais fiel da minha recuperação, aquele que eu podia notar maiores diferenças conforme o nervo ia melhorando, era o Sinal de Tinel (breve explicação aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinal_de_Tinel). Meu Sinal de Tinel tinha duas características que hoje se mostraram como confiáveis para aferir a recuperação do nervo: (1) ele chegava até a ponta dos dedos, ou seja, o choque que eu sentia quando meu nervo era tocado na altura da coxa e do joelho, chegava até a ponta dos meus dedos, passando por toda a região lesionada e que eu não tinha movimento e sensibilidade. Segundo um dos médicos, isso era sinal de que, apesar da lesão, ainda tinha neurônios vivos naquela região do pé que eu podia sentir o choque, sugerindo uma lesão incompleta; e (2) meu sinal de Tinel foi sumindo com o tempo, ou seja, conforme o tempo ia passando, o choque que eu sentia no nervo e no pé ia diminuindo de intensidade, indicando que o nervo estava se recuperando. Só que isso é bastante demorado, apenas após 11 meses da lesão eu deixei de sentir quase que completamente o Sinal de Tinel. Hoje em dia (1 ano e dois meses após a lesão) eu ainda sinto um choque muito leve, quase imperceptível.
Hoje em dia, pelo o que pude perceber, o indicador mais fiel da minha recuperação, aquele que eu podia notar maiores diferenças conforme o nervo ia melhorando, era o Sinal de Tinel (breve explicação aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinal_de_Tinel). Meu Sinal de Tinel tinha duas características que hoje se mostraram como confiáveis para aferir a recuperação do nervo: (1) ele chegava até a ponta dos dedos, ou seja, o choque que eu sentia quando meu nervo era tocado na altura da coxa e do joelho, chegava até a ponta dos meus dedos, passando por toda a região lesionada e que eu não tinha movimento e sensibilidade. Segundo um dos médicos, isso era sinal de que, apesar da lesão, ainda tinha neurônios vivos naquela região do pé que eu podia sentir o choque, sugerindo uma lesão incompleta; e (2) meu sinal de Tinel foi sumindo com o tempo, ou seja, conforme o tempo ia passando, o choque que eu sentia no nervo e no pé ia diminuindo de intensidade, indicando que o nervo estava se recuperando. Só que isso é bastante demorado, apenas após 11 meses da lesão eu deixei de sentir quase que completamente o Sinal de Tinel. Hoje em dia (1 ano e dois meses após a lesão) eu ainda sinto um choque muito leve, quase imperceptível.
Em dezembro/2014 eu deixei de usar a órtese pois meu pé já
conseguia se manter reto e subir um pouquinho enquanto caminhava. Já não fazia
diferença entre usar ou não usar órtese. Atualmente, em fevereiro de 2015,
minha caminhada já está 80% boa (nível 4/5). Eu tenho uma vida normal, sem órtese, mas
apenas não posso fazer corridas (consigo trotar, mas, se correr muito, eu
manco). Recentemente fiz uma última eletroneuromiografia (mostrada lá em cima)
que disse que meu nervo está com aproximadamente 20% a 30% da capacidade de
condução de movimentos reestabelecida. A médica me explicou que isso é comum: a
caminhada estar quase boa, mas o nervo ainda estar se recuperando. Segundo os
médicos que continuo consultando, há uma estimativa de até dois anos daqui pra
frente para que eu possa me recuperar plenamente, tanto do ponto de vista da
caminhada quanto da capacidade de condução do nervo. Até agora, quase 14 meses
após a lesão, a sequela mais significativa tem sido no meu dedão e na
sensibilidade do peito do pé. Mesmo conseguindo levantar o pé quase que
totalmente, meu dedão ainda não responde muito bem com o movimento de ir para
cima, ele tem apenas um esboço disso, mas está em plena recuperação. Ele faz apenas movimentos para o lado e
as vezes para cima. Eu também ainda não recuperei completamente a sensibilidade
no dorso do pé. Há uma área de aproximadamente dois dedos no dorso do meu pé
que ainda não sinto muita coisa, tenho uma sensibilidade reduzida. Nesse
período, continuarei com meu tratamento, sempre estimulando a parte muscular e
neurológica. Do ponto de vista da função do meu pé, eu considero que estou
curado, satisfeito com o que ele recuperou até agora. Não me impede de fazer
nada do que eu preciso e eu tenho uma ótima qualidade de vida.
Minhas impressões sobre
a lesão e o
processo de recuperação
processo de recuperação
Em um primeiro momento, eu não tive consciência plena da
gravidade da lesão e das limitações que ela poderia causar. Achei que poderia
ser mais uma lesão associada ao joelho, que seria simples e que melhoraria com
no máximo 3 meses. Mas o diagnóstico e principalmente o prognóstico da lesão
traumática do nervo fibular são difíceis. Até eu ter certeza de que se tratava
de uma lesão mais séria, que poderia demandar abordagem cirúrgica ou então
demorar para melhorar, se passaram aproximadamente 5 a 6 meses. Eu também fiquei assustado com o fato de perder os movimentos do pé. Essa é uma limitação relativamente pequena se comparada a problemas físicos e neurológicos mais sérios, mas causa um impacto psicológico considerável no paciente, pois implica em uma adaptação profunda, principalmente para quem tem uma vida ativa, com a prática de esportes, por exemplo.
Essa lesão é muito complicada do ponto de vista psicológico
do paciente pois, em função de causar uma limitação muito séria (não andar ou
mal andar), associada ao longo tempo de recuperação e a todas as incertezas dos
diagnósticos e prognósticos médicos, causa intensas angústia, ansiedade, medo,
tristeza. Esse é um período muito crítico do tratamento, pois quem tem esse
tipo de lesão precisa ter muita paciência, serenidade, disciplina e disposição
para fazer um tratamento intensivo, de 5 a 6 dias por semana, as vezes por mais
de um ano. Se você ficar abatido em função da lesão e não ter forças para fazer
o tratamento, isso pode atrapalhar. Como não há remédio para tratar diretamente
da regeneração do nervo, você precisa ter foco e entusiasmo para fazer os
exercícios físicos e tratamentos necessários diariamente.
Outra coisa que pude perceber é que até mesmo no meio
médico/científico é difícil encontrar consenso sobre o diagnóstico, tratamento
e prognóstico da lesão traumática do nervo fibular. Dependendo do médico, a
conduta pode ser diferenciada. O primeiro obstáculo para isso é encontrar um
neurologista que realmente entenda dessa especialidade e que você consiga
estabelecer um vínculo de segurança e confiança. Eu só consegui isso depois de
5 meses de lesão. Depois que se encontra, nota-se que mesmo os especialistas
divergem sobre o diagnóstico, a conduta e o tratamento da lesão. Eu ouvi
médicos que queriam operar meu nervo na altura da batata da perna e outros que
recomendaram a cirurgia na altura da coxa e do joelho. No final, eu nem
precisei operar. As eletroneuromiografias deram resultados que sugeriram que eu
não poderia recuperar espontaneamente e eu recuperei. Nenhum dos médicos que
consultei conseguiu prever um prognóstico preciso. Certamente, todos eles são
capacitados na área, mas o tema em si é muito complexo.
O que eu recomendo é que primeiro de tudo a pessoa
que tem uma neuropatia periférica se informe sobre essa lesão para que ela
possa entender melhor o que seu médico fala e também possa procurar uma ajuda a
mais adequada possível. Há relativamente pouco material disponível na internet, em
português e inglês, mas é possível se informar minimamente com o que está disponível. Ao mesmo tempo, é muito importante buscar um médico rapidamente, iniciar o tratamento com exercícios e estímulos, e ter paciência para dar conta de
esperar o tempo passar e a recuperação vir. Os sinais de melhora são muito
pequenos e demoram a aparecer. Eu realmente recomendo que se tenha muita cautela
ao se pensar em realizar uma cirurgia do nervo fibular nos casos de lesão
traumática incompleta. Pela minha experiência, se tivesse uma nova lesão desse tipo,
esperaria pelo menos 1 ano para operar, caso não fosse confirmado o rompimento
total do nervo (se o nervo de fato está completamente rompido, aí sim a cirurgia do nervo ou do tendão devem ser feitas rápido). Os médicos em geral recomendam operar depois de 3 a 6 meses sem
nenhuma evolução, independentemente do nível e da extensão da lesão; eu cheguei a ouvir médico dizendo que se não houver
recuperação em até 3 meses deve-se fazer a cirurgia. Eu acho que esse tempo de
recuperação tem que ser bastante relativizado dependendo do caso e a cirurgia deve ser considerada apenas se o nervo estiver com certeza completamente rompido.
Penso que nos casos de neuropraxia e axonotmese (lesões nível 1 e 2), a recuperação sempre virá fazendo cirurgia ou não, mas com graus variados de demora (3 a até 18 meses) e intensidade (de satisfatória a pobre). No caso de neurotmese (nível 3, rompimento total), penso que a recuperação dependerá do sucesso da cirurgia e do tratamento feito pré e pós intervenção, com um tempo de recuperação mínimo de 18 meses. Pude ler artigos que falaram sobre diversos fatores que podem ajudar na recuperação e vi que a idade e o tipo de lesão (nível 1, 2 ou 3) são fatores com peso importante para o paciente conseguir recuperar ou não; quanto mais novo se é, melhor a recuperação; quanto mais simples a lesão, melhor a recuperação. Também vi que a distância entre o local aonde o nervo está lesionado e o pé também pode interferir no tempo de recuperação; quanto mais longe está a lesão do pé, mais tempo demora para recuperar. Isso porque o nervo pode regenerar no máximo 1 mm por dia, na melhor das hipóteses (ou seja, se crescer "tudo isso", são só 3 cm por mês, na melhor das hipóteses), e como essas células que estão regenerando precisam ir até a ponta do pé, quanto maior for esse caminho entre a lesão no nervo e os músculos do pé, mais tempo elas demorarão para chegar lá. No meu caso, suspeita-se que o nervo tenha estirado na altura do meio da coxa, o que significava um longo caminho para chegar até o pé, por isso a demora sem muito sinal de recuperação. Na maioria dos casos, o nervo fibular é lesionado na altura da fíbula (joelho), que também é um caminho longo até o pé.
Outros problemas de saúde que não uma lesão traumática em si também podem afetar os nervos do corpo, como diabetes, intoxicação, compressão do nervo por inflamações em estruturas adjacentes, perda rápida de peso (resultando no desmoronamento e compressão das estruturas ortopédicas que protegem o nervo), problemas no cérebro ou na coluna, entre outros. Por isso, se você possui algum déficit do nervo sem ter nenhuma razão aparente, como uma lesão externa, também é preciso investigar se isso pode estar associado a algum outro problema de saúde ou não. Enfim, como eu disse, esse é um assunto muito errante, sendo difícil fazer previsões precisas. Parece que cada caso é um caso. O importante é você ter uma assessoria médica competente e o mais rápido possível (não demore em buscar um médico neurologista e a começar a fazer fisioterapia e outros tratamentos), e também muita paciência para fazer o tratamento. Alguns recuperam mais rápido, outros podem demorar muito mais tempo para ter uma primeira evolução.
Penso que nos casos de neuropraxia e axonotmese (lesões nível 1 e 2), a recuperação sempre virá fazendo cirurgia ou não, mas com graus variados de demora (3 a até 18 meses) e intensidade (de satisfatória a pobre). No caso de neurotmese (nível 3, rompimento total), penso que a recuperação dependerá do sucesso da cirurgia e do tratamento feito pré e pós intervenção, com um tempo de recuperação mínimo de 18 meses. Pude ler artigos que falaram sobre diversos fatores que podem ajudar na recuperação e vi que a idade e o tipo de lesão (nível 1, 2 ou 3) são fatores com peso importante para o paciente conseguir recuperar ou não; quanto mais novo se é, melhor a recuperação; quanto mais simples a lesão, melhor a recuperação. Também vi que a distância entre o local aonde o nervo está lesionado e o pé também pode interferir no tempo de recuperação; quanto mais longe está a lesão do pé, mais tempo demora para recuperar. Isso porque o nervo pode regenerar no máximo 1 mm por dia, na melhor das hipóteses (ou seja, se crescer "tudo isso", são só 3 cm por mês, na melhor das hipóteses), e como essas células que estão regenerando precisam ir até a ponta do pé, quanto maior for esse caminho entre a lesão no nervo e os músculos do pé, mais tempo elas demorarão para chegar lá. No meu caso, suspeita-se que o nervo tenha estirado na altura do meio da coxa, o que significava um longo caminho para chegar até o pé, por isso a demora sem muito sinal de recuperação. Na maioria dos casos, o nervo fibular é lesionado na altura da fíbula (joelho), que também é um caminho longo até o pé.
Outros problemas de saúde que não uma lesão traumática em si também podem afetar os nervos do corpo, como diabetes, intoxicação, compressão do nervo por inflamações em estruturas adjacentes, perda rápida de peso (resultando no desmoronamento e compressão das estruturas ortopédicas que protegem o nervo), problemas no cérebro ou na coluna, entre outros. Por isso, se você possui algum déficit do nervo sem ter nenhuma razão aparente, como uma lesão externa, também é preciso investigar se isso pode estar associado a algum outro problema de saúde ou não. Enfim, como eu disse, esse é um assunto muito errante, sendo difícil fazer previsões precisas. Parece que cada caso é um caso. O importante é você ter uma assessoria médica competente e o mais rápido possível (não demore em buscar um médico neurologista e a começar a fazer fisioterapia e outros tratamentos), e também muita paciência para fazer o tratamento. Alguns recuperam mais rápido, outros podem demorar muito mais tempo para ter uma primeira evolução.
Leitura e referências
sobre o tema
Eu procurei me informar sobre essa lesão (até mesmo porque
passei a ter bastante tempo para ficar em casa). Aqui eu deixo alguns dos
artigos que li sobre o assunto. Infelizmente, estão todos em inglês, mas se você procurar no google há alguns sites
em português sobre o assunto. Pelo o que vi, não há muita informação disponível para o grande público sobre neuropatias periféricas.
Para acessar a pasta de artigos, clique aqui.
Mantarei esse blog atualizado conforme meu quadro for avançando.
Últimas atualizações:
* Junho de 2015: recuperação quase total da função de dorsiflexão do pé (nível 4/5). Sensibilidade no dorso do pé e movimento do dedão ainda moderadamente prejudicados.
* Outubro de 2015: desenvolvi uma fascite plantar no pé direito em função da readaptação de movimentos e força. Tratamento conservador por meio de fisioterapia.
*Dezembro de 2015: recuperação total da fascite plantar.
* Março de 2017. Sensibilidade no dorso do pé e movimento do dedão praticamente normais. Pequenos choques ao tocar o dorso do pé e movimento do dedão com leves alterações de força e amplitude.
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Últimas atualizações:
* Junho de 2015: recuperação quase total da função de dorsiflexão do pé (nível 4/5). Sensibilidade no dorso do pé e movimento do dedão ainda moderadamente prejudicados.
* Outubro de 2015: desenvolvi uma fascite plantar no pé direito em função da readaptação de movimentos e força. Tratamento conservador por meio de fisioterapia.
*Dezembro de 2015: recuperação total da fascite plantar.
* Março de 2017. Sensibilidade no dorso do pé e movimento do dedão praticamente normais. Pequenos choques ao tocar o dorso do pé e movimento do dedão com leves alterações de força e amplitude.